Por Everton Dantas
Seria realmente uma maravilha se todos os "sem-diploma" já tivessem nascido preparados para o exercício da profissão, com curso de inglês, domínio da internet, gosto pela leitura e compreensão do que é um ‘nariz de cera’ (para evitá-lo, é claro).
Mas a realidade não é esta.
O diploma — que implicava na passagem pela universidade (quatro anos de cadeira) — funcionava como filtro para impedir (também) que qualquer espertalhão metido a letrado fosse parar comodamente numa redação.
Não estou dizendo que o diploma impedia o desvio de caráter, não é essa a questão. Alguns jornais da cidade são prova de que o diploma não extingue a corrupção. Mas o fato de saber que para obter um diploma, o sujeito teria de passar quatro anos numa cadeira de universidade, certamente afastava muita gente que preferem a trilha mais fácil.
O diploma era um critério sólido, inicial, para distinguir quem pode ou não exercer a profissão. Liberdade de expressão é algo mais amplo. Todas as profissões requerem algum critério básico.
A exigência do diploma garantia ainda que ao passar pela universidade, os com menor chance de entrar numa redação — aqueles que não tem ‘QI’ — obtivessem a possibilidade de arrumar um emprego na área. O diploma seria a senha. O ‘talento’ (critério que envolve diversos fatores, para o bem ou para o mal) seria a garantia de permanência. É claro que as empresas afirmam que vão continuar contratando somente diplomados. Mas (vamos combinar) para que contratar um cara diplomado se eu posso contratar meu filho, que escreve tão bem e é tão inteligente (puxou ao papai!). E que concorda comigo sobre a necessidade de se implantar a pena de morte no país.
O fim do diploma não é o fim do mundo. Mas é certamente o começo da perda de diversas garantias que jornalistas profissionais possuem. Não sou contra o exercício da profissão por pessoas que não tem o diploma, mas o fim da exigência não é algo a ser comemorado. Pelo contrário, seria muito mais democrático ter encontrado uma forma de assegurar o pleno exercício da profissão para os que têm reconhecida capacidade/experiência na área, do que ter assassinado o diploma.
O STF errou. E errou ainda mais porque não avaliou que neste momento há milhares de pessoas dentro das universidades que vão ficar sem saber o que fazer. O STF errou. Mas a culpa não é só dos ilustres magistrados.
PS.: Além de saber as leis e as terminologias do direito, o que mais é necessário para ser advogado?
Mas a realidade não é esta.
O diploma — que implicava na passagem pela universidade (quatro anos de cadeira) — funcionava como filtro para impedir (também) que qualquer espertalhão metido a letrado fosse parar comodamente numa redação.
Não estou dizendo que o diploma impedia o desvio de caráter, não é essa a questão. Alguns jornais da cidade são prova de que o diploma não extingue a corrupção. Mas o fato de saber que para obter um diploma, o sujeito teria de passar quatro anos numa cadeira de universidade, certamente afastava muita gente que preferem a trilha mais fácil.
O diploma era um critério sólido, inicial, para distinguir quem pode ou não exercer a profissão. Liberdade de expressão é algo mais amplo. Todas as profissões requerem algum critério básico.
A exigência do diploma garantia ainda que ao passar pela universidade, os com menor chance de entrar numa redação — aqueles que não tem ‘QI’ — obtivessem a possibilidade de arrumar um emprego na área. O diploma seria a senha. O ‘talento’ (critério que envolve diversos fatores, para o bem ou para o mal) seria a garantia de permanência. É claro que as empresas afirmam que vão continuar contratando somente diplomados. Mas (vamos combinar) para que contratar um cara diplomado se eu posso contratar meu filho, que escreve tão bem e é tão inteligente (puxou ao papai!). E que concorda comigo sobre a necessidade de se implantar a pena de morte no país.
O fim do diploma não é o fim do mundo. Mas é certamente o começo da perda de diversas garantias que jornalistas profissionais possuem. Não sou contra o exercício da profissão por pessoas que não tem o diploma, mas o fim da exigência não é algo a ser comemorado. Pelo contrário, seria muito mais democrático ter encontrado uma forma de assegurar o pleno exercício da profissão para os que têm reconhecida capacidade/experiência na área, do que ter assassinado o diploma.
O STF errou. E errou ainda mais porque não avaliou que neste momento há milhares de pessoas dentro das universidades que vão ficar sem saber o que fazer. O STF errou. Mas a culpa não é só dos ilustres magistrados.
PS.: Além de saber as leis e as terminologias do direito, o que mais é necessário para ser advogado?
2 comentários:
"O diploma — que implicava na passagem pela universidade (quatro anos de cadeira) — funcionava como filtro para impedir (também) que qualquer espertalhão metido a letrado fosse parar comodamente numa redação."
Everton, sabe o que nós (tudo bem, eu ainda não me formei) perdemos? A nossa (olha eu me colocando como jornalista novamente) acomodação. Agora, ter diploma apenas não basta.
ter diploma nunca bastou.
mas veja so que coincidência, mas não são esses sentados que controlam a midia no pais, e que irá contratar nossos jornalistas?
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