19.10.09

Entre Nós [dois]

Por Rafael F.

Domingo sonolento. Um fino pra curar a ressaca. Certo bate papo errado. Um sorriso me resgata. No carro uma canção harmoniosa. Via costeira. Destino: Casa da Ribeira. Espetáculo Entre Nós. Dança/teatro. Pesquisa de Diana Fontes. Ação artística associada às tradições e os conflitos sociais. O texto era forte/denso. Não é fácil falar do amor. Fugir do convencional foi a saída. Cartas sobre paixão/sofrimento/dor/lágrimas escritas com sangue pelos próprios atores. Subsídio para incrementar as belas palavras de Cláudia Magalhães. Gestos marcantes. Bioenergizados. O amor e suas loucuras. O ser humano no seu cotidiano. Busca incessante para confortar a alma. Sair da cápsula. Procurar. O amor que alimenta é o mesmo que destrói. As luzes se acendem. Conversa que esclarece. A platéia se pronuncia. O grupo sentado harmoniosamente responde e esconde o necessário.


Um comentário:

Lado [R] disse...

Fragmento do texto "Entre nós"...


"Possuo uma crueldade excepcional que, quando adormecida, cede lugar a uma ternura intrigante, curiosa, que me entorpece, me alivia. Sou escravo dessas duas realidades. Elas me fazem nascer e renascer, todos os dias, e me tornam humano. Sempre que atravesso a delicada e invisível fronteira que as separam, sou tomado por uma espécie de estupidez execrável que, com o passar dos anos, me fez perceber que o espaço que separa a vida da morte é feito de silêncio, do simples quebrar de um salto, de uma brevidade não medida pelo tempo. Somos movidos por uma bomba-relógio chamada coração, cujo controle não nos pertence. Deixei de sentir revolta, aprendi a não brigar com o que desconheço, perdi o sentido do pecado."