29.10.08

Ent[R]evista: Mukeka di Rato

cerveja, praia e Mukeka di rato


por Leandro Menezes
fotos roubadas da internet



Nem parece, mas o Mukeka di Rato tá aí na estrada há 13 anos!!! Alguns (bons) discos lançados, viagens Brasil a fora, turnê no Japão... O histórico desses capixabas cabras de peia é considerável! Para quem não sabe, eles fazem um som barulhento e chinfroso, alguma coisa entre grindcore e reggae(?), com pitadas de um ótimo humor, críticas ácidas à tríade "sociedade, família e igreja", entre outros alvos... Mas os caras são gente boa, eu garanto! Basta tomar umas cervas e trocar uma idéia para perceber que eles são carismáticos e pirados para caralho. Me lembro que o Mukeka foi uma das primeiras bandas que ouvi do estilo, inclusive, uma das que me motivou a empunhar um baixo e fazer de conta que eu sabia tocar alguma coisa. Até acho que foi por conta deles que eu estou nessa até hoje...

Como vocês devem saber, eles tão chegando em Natal esses dias, para mais uma apresentação. Pelas minhas contas, será a terceira aparição deles em terras potiguares, a segunda só no Festival Dosol. E dessa vez eles serão a banda headline do domingo, encerrando o festival!!!

Aproveitei para trocar uma idéia rápida com Mozine, baixista da banda e big boss do selo Laja Rex... Se liguem:



1) É verdade que se o Sandro não tivesse aceitado voltar para a banda o Mukeka provavelmente teria acabado?
Cara... posso te dizer que sim. A história de tirar Bebê da banda já era antiga. Lembra um festival que teve aí, que tocou Mukeka, Sugar Kane? Não lembro... (N.E.: Mozine se refere ao Festival Dosol 2006) Nesse festival quase Bebê foi tirado da banda aí mesmo, isso faz muito tempo. Nesse dia, conversando bêbados pensamos em formar um power trio com o Mukeka. Pensamos também no Alex, vocalista do Ajudanti di Papai Noel, mas ainda bem que o Sandro voltou pro lugar dele.

2) Nesses 13 anos de banda, além das bostas, confusões e bebedeiras, o que foi que manteve a chama do Mukeka acesa?
Velho, foram realmente muitas doideras bicho. Nego não imagina, muita diversão, muito orgulho de alguns feitos do Mukeka, mas muitas dificuldades. Foram poucas brigas entre a gente, poucas discusões, e todas que tiveram foram rapidamente resolvidas. O Mukeka é uma banda de quatro amigos, isso é bom, mas é logico que a gente odeia um ao outro, mas bem pouco mesmo, o problema mesmo são os odores dos caras, etc. Velho, eu sempre repito esse chavãozinho, tamo indo tocar aí agora em Natal, vamos ganhar uma merrequinha, mas que já ajuda. Tem brother meu aqui que nunca saiu de Vila Velha. Eu vou pra um lugar foda, vou ficar num hotelzinho, conheço uma galera, vou fazer uma festa, vender uns discos, e, quando eu voltar (todos nós), voltamos a sentar o bambu aqui no trampo, nos nossos projetos aqui, então é legal velho. Às vezes é um saco viajar, encarar van, ônibus de linha tosco, aeroporto chato pra cacete... Às vezes o Paulista chega no ES 8H da manhã de segunda-feira e 10H horas já ta no banco, ele fica de mau humor, mas velho, a gente gosta de tocar.

3) Quando vocês começaram, lá nos idos de 1995, não existia esse circuito de festivais que a gente vê hoje. Vocês provavelmente se limitavam a tocar em cidades próximas, em troca de gasosa e um lugar para durmir. Hoje em dia o negócio tá mais arrumadinho, pelo que parece. Como você avaliaria a situação atual desse tal Circuito Independente? E sobre a ABRAFIN, já tem nego dizendo que a parada tá virando panelinha, você concorda ou acha isso um absurdo?
Antigamente poucas bandas tinham cd, quando uma banda lançava um, era coisa de outro mundo e geral comprava. Antes mesmo da crise no mercado fonográfico, ficou muito fácil lançar um cd. Várias bandas antes mesmo de ter feito shows, demos, etc, já tinham um cd lançado, ou seja, você mal sabia quem porra era aquela banda e já tinha cd. Com isso parou-se de ter aquele charme, qualquer bunda tem um cd lançado. Eu vejo os festivais um pouco assim, eu acho foda existir todo esse circuito de festivais, mas eu lembro a emoção que eu senti quando toquei pela primeira vez no Goiãnia Noise Festival, por exemplo, acho que hoje em dia é uma coisa muito normal. Alguns festivais, no Sudeste, que eu não vou citar o nome, eu prefiro até nem tocar, velho. Porque nego acha que você tá fazendo um favor tocar no festival dele, porque tem som bom, cartaz colorido, e porque vai dar 1000 pessoas. Foda-se, prefiro tocar pra 200 pessoas que pagaram ingresso pra ver o show do mukeka, com cartaz xerox, com um backling bom num palquinho, mas ir pra casa com dinheiro no bolso. A respeito da ABRAFIN eu conheço pouco pra elogiar ou criticar, agora você pode muito bem falar que a Laja é uma panelinha também, porque eu lanço as bandas dos meus amigos, os bicho aqui do ES, meus amigos de SP ou porque eu lanço minhas bandas, mas talvez a coisa não seja bem assim. Eu não faço parte da ABRAFIN e toquei esse ano em tudo quanto é festival que eles organizam, mas não quero entrar a fundo nesse ponto, talvez eu entenda o seu questionamento, mas vou ficar de fora. ehehehhehe...

4) Mozine, antes que eu esqueça, deixa de ser amarrado e coloca mais músicas no myspace da banda, só três tá foda!
Você vai ter que reclamar com Ricardo Tibiu, ele quem faz, hehe... Apesar que essa parte aí é minha mesmo... Eu como sou o chefe, eu que autorizo ou não colocar mais mp3. Mas, porra bicho, 3 músicas lá, tá ótimo. Entra no myspace da Laja que tem o dobro, só bandas lindas.

5) Tem gente que confunde o Mukeka com Os Pedreros e domingo a promessa é de muita chuva de cuspe de cerveja Sol na cara de vocês... Alguma declaração sobre?
Vai tomar porrada, caralho! hehehe... Bicho, molecada é foda, nem nos pedrero nego tem cuspido cerveja mais, mas beleza. Banhem-nos com o precioso líquido, só nao estraguem meu instrumento, a última vez que eu levei no lutier, ele perguntou se eu tinha entrado no mar com o baixo.

6) Eu li em alguma entrevista o Brek dizer que foi depois de um show aqui em Natal que vocês sacaram que não dava mais pro Bebê... você acha que depois desse show de domingo aqui, vai rolar alguma outra merda parecida?
Bicho... pra você ver, na minha primeira resposta... hehehehe. Eu tinha dito a mesma coisa, realmente rolou uma gota d'àgua aí nesse show, ele não foi tirado nesse show de Natal porque eu não deixei, sério... hehehehe... não deixei não, eu pedi calma e tal, é sério... hehehehe... O Brek tava louco aí nesse dia com ele, não sei porque.

7) Além dos Rock barra-pesada, cana violenta, tóxicos e frutos do mar, o que mais vocês esperam encontrar aqui?
Veho, você tá ligado que o capixaba é um nordestino do Sudeste, a gente sempre se identificou muito com a galera daí de cima, como o vosso valor!!! A gente espera se divertir, praia não é muito novidade para mim, eu moro em Itapuá, a 200 metros do oceano. Sandro mora na areia da praia praticamente, na barra do Jucu. Mas, velho, comer aquele frutinho do mar, tomar uma cana com a rapaziada que não brinca em serviço, comer peixe, sem a escama, escama de peixe... valeu!


[+] Escute
http://www.myspace.com/mukekadirato






Faltam apenas TRÊS dias pro Festival Dosol 2008 e não temos dúvidas de que vai ser um rock inesquecível. O Patrocínio é da Oi e do Praia Mar hotel com ajuda da Lei Câmara Cascudo e aindaa temos o apoio da Oi Futuro, Cerveja Sol, Trama virtual e da Diginet. As Senhas podem ser compradas por R$20,00 (casadinha) e R$15,00 inteira na 775 do Midway Mall, Friends, Records e Dying Music.

Um comentário:

Fernando disse...

meo e eu fui pense num show fudido numa roda de polgo gigantesca