[tour report] Grito Rock Porto de Galinhas: rabiscos de viagem*

Por Rafael F.

O ponto de chegada era porto de galinhas. Litoral pernambucano. O que nos esperava: Grito Rock – Etapa Pernambuco. O Grito Rock é um festival integrado que acontece em vários pontos do Brasil e agora em alguns países da América latina. No bom e velho espírito da guerrilha cultural.

Precisávamos chegar ao nosso destino. As companhias de viagem estavam garantidas. Alguém pra conversar ajuda a matar o vício da palavra. A nossa rota era: ônibus Natal/João Pessoa. Lá em jampa um “doidão” levaria a gente no seu carro particular até Porto.

Vamos à estrada: Da rodoviária de Natal para João Pessoa gastamos mais tempo do que imaginávamos. Reforma da BR-101, chuva e um motorista lento. Já em terras paraibanas uma leve garoa pra refrescar. Uma tapioca p/ matar a fome e pegamos de volta a estrada de rumo a Porto. Encontramos com nosso amigo que nos levou rapidamente em ritmo frenético e muito rock'n'roll on the road. Uma chuva ducaralho na estrada.

Incrivelmente estávamos em Porto. Nenhum pingo de chuva por lá. Ainda bem. Direto para o local do show: Muru Muru. Um bar bem legal. Varanda para a praia. E o melhor de tudo: não fazia calor. Esse seria o lugar das duas noites do evento: 12 bandas no total. Guardamos nossa bagagem e fomos conhecer a galera do coletivo Lumo, responsáveis por cuidar de tudo. E olhe que cuidar de rockeiro é difícil! Enfim, reconhecido o espaço, checado equipamento. Estava tudo safo!

Hora de dar um rolé pelas ruas enquanto não começava o rock. Aproveitamos para distribuir alguns panfletos do evento, conversando com algumas pessoas para colar na festa. Sabíamos que pela energia da galera do Lumo ia ser foda. E foi. A primeira noite foi diversão total. Discotecagem de qualidade garantida. Variedade na escalação das bandas. Conversas gostosas, fazer amizade em um lugar novo. Massa fazer esse exercício. As horas passaram rapidamente. Já era de manhã. Voltamos com o pessoal do Lumo para a casa de apoio. Lá teríamos abrigo. A festa continuava na casa. Alguns goles de cerveja, um rango delicioso, alguns digestivos “made in paraíba”, bom papo – apesar do cansaço, banho (como é bom tomar um banho!) e lona.

Algumas horas depois. Todo mundo acordando, zumbizeira! Dia de botar o papo em dia, conversar sobre a noite que passou. Conhecer melhor a galera. Um belo café da manhã. Rumo à praia panfletar, e claro, dar um rolé pra procurar uma sombra e tomar uma cerveja. Fomos até Maracaípe (alguns quilômetros de Porto de Galinhas) e acabamos aportando por lá. A boca seca pedia uma cerveja. Encostamos numa barraca de praia e passamos horas conversando. Hora de voltar P/ Galinhas. Preparativos para a segunda noite. Pensei em dormir, descansar um pouco antes do show. Não consegui. Mais cerveja, almoço/jantar, fumaça. Estávamos prontos e o rock nos esperava!

A segunda noite chega. Tudo arrumado. Discotecagem padrão. No comando DJs Tremendo e Cleiton Scheley. A música merecia/pedia mais gente para contemplá-la. Sem perder o brilho. Rock, samba, rap, dub tudomisturadoagora. Acabou tudo com o nascer do sol. Pessoas deitadas pela rua, a resistência tocava um samba lá fora. Hora de desarrumar tudo. Pra casa descansar. Merecido descanso.

Dever cu(o)mprido para o pessoal do Lumo. Esbanjaram força de vontade, profissionalismo e gosto apurado na seleção das bandas. Algumas horas de sono. Café/almoço rapidão. Sol de derreter as idéias. Ressaca, Vontade de chegar em casa para digerir os fatos acontecidos. Na estrada paradas providenciais. Coxinha pra matar a lara. O carro que nos levava de volta quase bateu o motor. Parados na rodovia. Guincho pra carregar o carro. Um taxi que nos levou na limpeza até Natal, tudo por conta do seguro. Seguros chegamos em casa. Seguro leio/sinto/transmito Neruda: “E aquela vez foi como nunca e sempre: vamos ali onde não espera nada e achamos tudo o que está esperando”.





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* Rafael F. foi até Porto de Galinhas convidado pelo Coletivo Noize. Resenha de como foi os shows e outras fotos podem ser conferidas no blog do coletivo.