27.2.09

Carnaval da massa: um sucesso!

Editores do Lado[R] e seus agregados em frente ao MAC em Olinda


por Leandro Menezes

Sábado, 21 de fevereiro de 2009. O relógio aponta 0h45m. Agora estão todos durmindo e eu aqui fumando alguma coisa enquanto escrevo, pra depois quem sabe conseguir durmir. Depois de uma manhã/tarde em Olinda o corpo fica todo moído, sendo difícil ir ao Recife Antigo a noite, como era o nosso plano inicial. A chuva também atrapalhou, sacramentando a desistência da farra noturna. Se bem que ninguém reclamou.


Para quem não tá entendendo nada, essa é a tour report carnavalesca dos editores desse fanzine, que foram curtir a festa da carne em Pernambuco, mais precisamente em Olinda e um pouquinho em Recife também. Saímos de Natal na sexta-feira, dia 20. Nossa meta era pegar a estrada por volta das 19h, logo após o expediente da tarde. Como ninguém é de ferro, ainda conseguimos sair as 21h. Dois carros participaram dessa caravana errante e o ponto de apoio para a partida foi um posto de gasolina bem movimentado as margens da BR-101, ali nas proximidades de Emaús. Tanque cheio, tudo checado e larica matada, estávamos preparados para cair na estrada. De cara, a impressão era que íamos pegar um engarrafamento durante a viagem, mas depois de alguns quilômetros percorridos, a estrada ficou livre e tudo ocorreu sem maiores problemas.
Na verdade, nem tanto assim! Cada vez que chegávamos perto da Operação Manzuá (tradicional blitz na entrada da cidade de João Pessoa), ficávamos mais atentos e ansiosos, com dúvida se seríamos parados pela polícia. Passamos da Manzuá e decidimos parar para um rápido pit-stop em um posto há uns dois quilômetros dali. Mijadinha, cafezinho, alguns já esboçavam um cansaço. Trocamos algumas palavrinhas e sem nem perceber já estávamos na estrada novamente. Como a Manzuá tinha ficado para trás, o receio de pegar outra blitz tinha passado. Tivemos uma surpresa ao se deparar com outra Operação Policial há pouco quilômetros do posto que paramos. Se tratava da mesma Operação Manzuá, sendo que na saída de João Pessoa. Um dos nossos carros é parado. Documentos checados, baculejo e revista geral no carro e em todas as bagagens, até um suspeito potinho de Energil-C entrou na onda. Não encontraram nada, graças a Jah!

Chegamos em Recife por volta das 2h e de cara pegamos outra blitz, dessa vez nos convidaram para o teste do bafômetro. Sempre quis fazer isso, toda vez que via na televisão. Lá em Natal eu ainda não tinha visto uma blitz dessas e deve ter sido por isso que eu fiquei um pouco apreensivo, apesar de não ter ingerido uma gota sequer de álcool naquele dia. Teste feito. Resultado esperado: 0,00. Agora sim, caminho livre para o nosso destino final: o bairro de Boa viagem.


Na manhã seguinte, muita energia, alegria e ânimo para o primeiro dia de sobe e desce em Olinda. Pegamos o busão pertinho do apartamento que nos alojamos e já deu pra ir sentindo o calor humano que o carnaval olindense iria nos proporcionar.... Chegando lá, um calor insuportável dava o tom certo no colorido das fantasias, em meio aquelas ladeiras históricas sujas, amontoadas de gente contente, esprimida, mas feliz da vida. Não sei explicar direito essa experiência. Passamos pelo
famoso MAC (Museu de Arte Contemporânea) que acabou nos servindo de ponto de apoio do carnaval. Encontramos alguns amigos por lá, a maioria já estava mais pra lá do que pra cá, em meio aquela massa, o carnaval se consagrava com sucesso, cerveja e algumas doses de uísque. Na volta pra casa, o colega que vos escreve essas palavras não aguentou o espreme-espreme e o balançado swingado do onibus e acabou dando uma mijadinha num copo salvador dentro do ônibus, sem constrangimentos. Chegando no ponto de descida, chuva pra lavar a alma e pizza do Habibs pra derrubar todos os combatentes da casa. Recife antigo não foi dessa vez, quem sabe amanhã. E assim foi as primeiras 24 horas de folia dessa galera potiguar gente fina.



Domingo, dia do demônio!
por Rafael F.


Domingo de Carnaval. A chuva da noite passada esfriou um pouco a terra. Acordamos bem e fomos direto pra Olinda. Ônibus cheio, ruas lotadas é o clima maluco do carnaval. Até o tempo descontrolou. Olinda tava colorida como sempre dessa vez algo diferente: o céu cor de cinza dava uma tonalidade contrastante. Aquelas ladeiras já se tornaram nossa casa. Em Olinda se vive um verdadeiro carnaval. Tudo parece tão vivo, verdadeiro, o tom do frevo e as danças na rua parece nos levar p/ um universo paralelo. A massa e o sucesso são os temperos. Sobe e desce ladeira, frenesi alucinante, espremido confortável, o som dos metais conduz a psicodelia mental. O dia passa rápido.
Hora de sair de Olinda e migrar p/ o Recife antigo. Lá o pessoal do “quanta ladeira” já se aquecia. Um show de tiração de onda. A maior chinfra musical a céu aberto que já presenciamos. Tudo parecia tão tranqüilo. Nenhum sinal de confusão. Todo mundo na alegria do carnaval: se entorpecendo, se beijando, observando aquele caldeirão de gente se mexer a cantar, dançar, pular.

O anoitecer se anunciava. Hora de voltar pra casa e recarregar as baterias, parcialmente, para a noite no Recife antigo. Vários pólos. Carnaval multicultural é assim que eles denominam. A noite alguns seres colocam suas garras pra fora. Parece que não tivemos muita sorte. Presenciamos algumas brigas muito próximo da gente. Nessa hora o curto-circuito mental não deixava a gente pensar muito. Fadiga muscular intensa e a mente nas nuvens. A noite do domingo era anunciado como o dia mais movimentado por causa do show da Nação Zumbi. Agora depois de anos eu entendi o porque do nome da banda. Alguns fragmentos de apresentação no rec beat e no palco do marco zero. Zumbizeira pra lá e pra cá. Multidão claustrofóbica. Caldeirão do djabo.
Hora de ir embora. Antes da volta dos mortos vivos.

Segunda-feira: morgação para uns, piração para outros...

Depois de dois dias subindo e descendo ladeira, não é qualquer um que tem pique pra mais uma manhã de curtição carnavalesca em Olinda. Metade do nosso grupo ainda encontrou essas energias escondidas sei lá onde e se mandou pra rua; a outra metade ficou em casa para um devido descanso muscular, espiritual e mental. Para os que ficaram, restou ir almoçar no Shopping Recife (não tinha outro lugar pra ir na cidade nesse dia!) e dar uma volta pela cidade nos pontos longe da concentração do carnaval. Mas o corpo não aguentou muito tempo e nos restou voltar pra casa, fazer uso do remédio verde e rir um pouco das presepadas vividas naqueles dias de loucura. Nossos amigos que foram a Olinda disseram que a segunda-feira foi o melhor dia e tiraram uma onda com a cara dos preguiçosos dissidentes. No final, todos estavam acabados e felizes. Mais uma dose de remedinho verde, algumas risadas e uma boa noite de sono para todos os cristãos foi o que rolou naquela noite, sem contar que outra vez a chuva castigou e só nos restou mesmo descansar para pegar a estrada no dia seguinte numa boa.

Chegando em Natal, na terça-feira, ainda nos aventuramos na Chamada Carnavalesca do Rock, fechando o círculo carnavalesco com o corpo moído, sem arrependimentos.

Um comentário:

Fábio Farias disse...

carnaval de olinda é uma loucura fudido que vale muito a pena. E realmente, segunda foi o melhor dia, hehe

abraços