por leandro menezes
dando continuidade ao ciclo de entrevistas errantes que iniciamos aqui no blog, dessa vez trocamos uma idéia via messenger com dante augusto, vocalista e guitarrista de algumas das bandas mais legais e atuantes da cidade. quer saber quais? ele mesmo nos conta isso a seguir...
[Leandro] bixo, me digaí quais as bandas que você toca atualmente e, caso ainda lembre, o nome de todas as bandas que você já tocou até hoje...
[Dante] toco atualmente no calistoga, the sinks, the cashs, tight pants attack e camarones orquestra guitarrística. já toquei no the name of the band, collar of skin, nad1, xnothing to provex, radial, levante, além da luta e stigma. todas essas bandas tocaram bastante e algumas gravaram material... já quase toquei no frattelli também.... hehehe
[L] ...apois num é, você foi praticamente 'boicotado' por nós... é que esse ome toca em muitas bandas, e a gente já é enrolado, imagine com mais um, né? falando nisso, me aponte aqui alguns pontos positivos e negativos de tocar em várias bandas.
[D] o legal é que você tem como colocar em prática muitos tipos de idéias diferentes, porque cada banda tem um som e você não fica frustrado por não poder tocar com uma banda um tipo de som que você criou e gosta muito, pelo fato de não se encaixar... mas sobra pouco tempo e você tem que lidar com muita gente diferente e isso dá trabalho, hehehe. ainda tem o lance das turnês, quando você tá viajando com uma banda, a outra tem que parar...
[L] e a grana, como fica nessa história? você só faz tirar do bolso como todo músico do underground ou já consegue botar algum de volta na carteira?
[D] esse lance é fogo, no começo era só se fuder mesmo,muito gasto e nenhum retorno. mas hoje, por persistência ou por não saber fazer mais nada, já consigo ganhar alguma grana produzindo, gravando e tocando também. mas não é sempre que consigo tocando. tenho uma banda só de covers, o the cashs, que é pra isso, hehehe. quando alguma banda viaja dá pra ganhar alguma coisa se sobrar, porquê geralmente se paga um cachê pra cobrir os custos da viajem, principalmente se for pra festival.
calistoga | foto de divulgação
[L]o calistoga tá finalizando gravação; o sinks já anunciou um novo ep pra breve, ainda sem título, sem contar numa leva de outros eps já lançados; o camarones orquestra guitarristica tá gravando também... como você consegue doar tempo pra todas essas bandas, se concentrar, gravar e dar o melhor de si?
[D] não é tão difícil, porque tudo leva muito ensaio e trabalho pra ser feito antes de começar a gravar, você acaba com tudo na veia, todas as músicas, as letras, e fica tudo bem separado. quando você está com uma banda, meio que esquece as outras. não sou o primeiro cara cheio de bandas do mundo, não é algo complicado de se levar se você vive só pra música. acredito que ter um emprego comum de dois expedientes e 4 bandas não dê certo. mas quando são só as 4 bandas e seu trabalho seja com música e músicos, a coisa flui.
[L] me conte como está sendo trabalhar com produção/gravação, uma experiência relativamente nova pra você. além de tocar com foca no sinks, você também tem sido parceiro dele no estúdio dosol, né?
[D] isso mesmo. venho trabalhando como técnico de gravação no estúdio dosol a um ano mais ou menos. está sendo algo novo e muito interessante pra mim, aprendendo mais a cada dia, conhecendo mais músicos e pessoas envolvidas com música. eu produzo também as bandas que me dão essa liberdade, como foi o caso do fewell e um pouco menos com o brand new hate. é legal porquê posso passar minhas experiências pra eles e aprender muito também. sempre rolam alguns toques e ajudas com as bandas mais verdes que chegam pra gravar lá no dosol, mas é tudo num clima ‘de boa’, com muita interação com a banda, e preocupação com o som que a banda quer tirar.
[L] você acredita que o conhecimento técnico pode interferir, positiva ou negativamente, nas composições que você faz?
[D] acho que não tem interferido muito no meu modo de compor, não. acho que tem interferido sim na qualidade das gravações das minhas bandas, nas timbragens dos instrumentos. isso eu considero uma segunda parte da composição, quando você já tem a música, depois você vai moldando a sonoridade e os timbres efeitos, em certos momentos... e outra, esse conhecimento facilita na hora de encontrar caminhos pra concretização da idéia. no começo, as vezes me via perdido sem saber o quê fazer pra chegar a um determinado tipo de sonoridade. hoje já encontro as coisas mais facilmente, não só em gravação, mas na montagem da música, mesmo nos ensaios. acho que meu modo de compor vem sendo interferido mais pelo que eu ouço, o que não foge disso tudo, porque as vezes ouço coisas pra analisar a parte técnica mesmo, a gravação, a mixagem e a música acaba me influenciando. mars volta pra mim é um exemplo da união perfeita da boa música com o domínio das técnicas de áudio. boa não, excelente música.
[L] como é o seu processo de criação? como você divide sua criatividade para cada uma dessas bandas?
[D] eu pego o violão, penso na sonoridade da banda e tento alguma coisa em cima ou as vezes eu faço uma música qualquer e vejo se encaixa pra alguma banda e acredite, com tanta banda ainda tem música que não encaixa em nenhuma, hehehe. as vezes passo dias pra chegar numa base. as vezes simplesmente sai pelos dedos, mas estou sempre tentando alguma coisa. e não fica tudo nas minhas costas, os caras das outras bandas são bem produtivos também. foca compõe bastante, o henrique também. quando escuto algo que me impressiona, sempre tento fazer algo parecido. claro que não tento plagiar, mas seguir a linha. eu presto muito atenção em partes de músicas, algumas tem partes geniais seguidas de partes horríveis, mas eu sempre tento pegar o que acho bom. tem músicas com sacadas também, coisas que estão na cara e ninguém vê. quando você escuta fala: “como não pensei nisso antes?”. eu tento pegar isso tudo e colocar pra fora na hora de compor.
the sinks e chuck hipólito [forgotten boys] em ação!
[L] você está satisfeito com as bandas que toca ou ainda pensa em montar mais alguma?
[D] mais ou menos, hehehe. eu estava sentindo falta de uma banda straight-edge que tocasse hardcore old school aqui em natal. é muito bom, muita energia e positividade no som com letras que reflitam isso. sinto falta do xnothing to provex, daí queria trazer aqueles dias de volta. a banda acabou porquê leitão, que toca no catärro, voltou pra mossoró. mas fora isso, não tenho do que reclamar não. posso fazer vários sons que eu gosto com essas bandas...
[L] então... tu já foi um porra louca grunge na adolescência. hoje em dia é um straight edge que toca escaleta e escuta dub...
[D] é verdade! já fui bem wasted nas antiga. na época que comecei a gostar de rock, quis seguir logo toda a cartilha de rockeiro e as drogas estavam incluídas. mas acredito que tem gente que consegue conviver com elas ou algumas delas e tem gente que não. eu vi que eu não conseguia e me identifiquei com toda a coisa straight edge. e vi que pra mim foi melhor, me sobrou mais tempo e cabeça pra tocar e escutar sons. não sou daqueles xiitas, consigo conviver com todo mundo na boa, é só uma escolha que fiz pra mim e tenho orgulho dela, só isso. quanto à escaleta, recentemente eu comprei uma, depois de ouvir muito dub. fiquei louco pelo instrumento, o calistoga usou um pouco de escaleta em uma música das que estão pra sair agora e ficou muito foda. isso me fez abrir muito a cabeça. comprei um teclado também, por causa disso, e estou aprendendo aos poucos. além de ter aberto minha cabeça pra outros tipos de som como dub e jazz, me abriu a cabeça pra compor, arranjar e adicionar outras camadas nas músicas, é muito louco esse mundo das teclas, estou fascinado por ele de uns tempos pra cá. quando eu dominar mais o instrumento, a gente pretende estar adicionando mais teclados e escaleta no calistoga.
[L] agora que você toca vários instrumentos, está gravando e produzindo, já pensou em fazer um projeto individual, tipo uma 'one man band'?
[D] já pensei nisso sim, tenho um projeto futuro de montar um home stúdio pra mim e gravar todas as músicas que não encaixaram nas bandas que eu toco e colocar num myspace da vida...
[L] cara, você tem que fazer isso sim... exageros a parte, você é o mike patton de natal, hehehehehe
[D] auehaueha... que nada, ainda falta muito pra chegar no nível do mike, o bixo é foda!
..... ..... .....
[+] calistoga
www.myspace.com/bandacalistoga
www.tramavirtual.com.br/calistoga
www.fotolog.com/calistoga_
[+] sinks
www.myspace.com/rocksinks
www.tramavirtual.com.br/the_sinks
www.fotolog.com/thesinks
[+] tight pants attack
www.youtube.com/watch?v=7EeXIq539QI&feature=related
[+] camarones orquestra guitarrística
www.myspace.com/camaronesorquestraguitarristica
6 comentários:
carai... esse omi ainda teve tempo pra dar essa entrevista? heuheeueuheueh
Eventuais erros de grafia, acentuação, concordância ou qualquer merda do tipo pode aparecer nas entrevistas. Não ligamos para isso. Se achou ruim torne-se revisor do blog.
Não nos responsabilizamos pelas respostas dos entrevistados nem pelas perguntas feitas. Um grande "Fuckoff" para a Senhora responsabilidade
Grato
o editor.
E essa fulerage tem editor?
Me Mata de orgulho!!
Sei que essa porra nao tem nem pai nem mae.. muito menos revisor ou alguem que seja responsável.
mas credita as fotos ae.
tem uma minha e outra de bilico, respectivamente na materia
beijo na bunda!
Aqui não tem porra nenhuma. Não creditamos nada e não estamos nem aí p/ isso.Tudo é material de divulgação das bandas e dos grupos entrevistados esses que se entendam com seus fotográfos. Viva o plágio criativo. Não somos responsáveis e odiamos trabalhar.
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