16.11.07

Oficina de cineclubismo com Hermano Figueiredo.

Qual o papel do cineclube? Como organizar, montar uma programação e promover o debate? Quais as fontes de filmes? Esses são alguns assuntos que o e cineasta e militante do movimento cineclubista nacional Hermano Figueredo, vai abordar no mini curso gratuito de cineclubismo, promovido pela Fundação José Augusto, de 16 a 18 de novembro, no Palácio da Cultura – Pinacoteca, a partir das 14:00 horas.

“O mini curso começa com o trabalho de leitura e expressão do audiovisual. É importante conhecer a linguagem do cinema e também a sua história”, diz o instrutor do curso que lançou recentemente em Natal, no Goiamum AudioVisual , o manual do cineclubismo.

Movimento cineclubista

Para Hermano Figueiredo, estimular a formação de cineclubes no Brasil e no mundo é uma maneira de democratizar a prática do cinema. Como parte integrante da história do cinema brasileiro ele acha que os filmes de hoje são um reflexo das primeiras iniciativas de organizar um cineclube : “Os melhores filmes produzidos no país, digo, obras de artes, são frutos de pessoas ligadas ao movimento dos cineclubes. Isso porque muito mais do que formação de público, os cineclubes estimula a produção de vídeos, forma pessoas críticas e organiza o acesso aos bons trabalhos”, afirma. E conclui: “ O cineclubismo oxigeniza o cinema”.

Hermano e o Cinema

A história do Hermano com o cinema vem desde menino, mas foi na década de 70 que ele iniciou um trabalho não-mercadológico com o sétima arte, organizando exibições de filmes no Cine Teatro do Parque e no Cine Art Palácio, em Recife. Embrenhou-se pelos caminhos do teatro, mas trocou-o pelo cinema. Aliás, trocou, não. A veia teatral (e a paixão pelo que faz) se revela em uma simples apresentação de filme, o que lhe valeu o adjetivo de "cineclubático-performático" no meio cinematográfico.

Na década de 80, continuou sua peregrinação pelo cineclubismo, tornando-se uma das lideranças nacionais. Para ele, um filme sempre era mais do que uma projeção: era um espetáculo, uma possibilidade de ação social. O cinema itinerante invadiu grotas, vilas, favelas e bairros da periferia de cidades como Campina Grande, Maceió, Fortaleza e Natal.

Hermano acabou revelando sua paixão também detrás das câmaras, em produções como São Luís Caleidoscópio, sobre a cultura popular do Maranhão; Choveu, e daí?, relatando experiências de convivência com o semi-árido alagoano e O que vale no Vale, que aborda o cooperativismo no Vale da Paraíba; A última feira, retratando o derradeiro dia de funcionamento da histórica feira de Arapiraca e também sobre Calabar, o contraditório personagem alagoano.

Como participar

O mini curso é gratuito e aberto para todos os interessados na sétima arte. As inscrições podem ser feitas na Fundação José Augusto. Mais informações nos telefones : 3232-9735 ou 8828-9455.


* Renata Marques

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